Tal como mencionei a semana passada, vou dar inicio a entrevistas, desta feita a Pais com mais que um filho.
Talvez por estar a aproximar-se uma fase igual para mim, por curiosidade, porque conheço outras pessoas que estão na mesma situação que eu, outros que em breve poderão ficar, enfim por todas as razões resolvi propor este pequeno desafio a alguns blogueres.
A Magda do Mum's the boss não hesitou um segundo e respondeu com todo o à vontade que a caracteriza às minhas questões.
Mãe de duas crianças (que por acaso conheço), a Carmen com quase 5 anos e o Gaspar que no próximo mês já completa 1 ano, fala-nos um pouco da sua experiência enquanto Mãe.
1. Foram duas gravidezes
parecidas, ou completamente diferentes?
Foram duas gravidezes muito diferentes. A primeira
quase que não dei por ela, a segunda foi mais aborrecida – por causa do peso,
do cansaço acumulado, dos enjoos. Confirmo aquilo que muita gente disse: a
maior parte das vezes as gravidezes são mesmo diferentes.
2. Quando e como
explicaste à Carmen que iria ter um irmão?
Contámos logo que tivemos a confirmação que estava
tudo bem. Ela foi a primeira a saber, tinha 3 anos e soube guardar segredo
durante uma semana. Foi ela que contou aos avós e aos tios.
Dissemos-lhe de uma forma muito natural. Foi qualquer
coisa como ‘A mamã e o papá decidiram ter mais um filho. E isso quer dizer que
vais ter um irmão um bocadinho depois do Natal.’ Ela reagiu bem, ficou logo a
saber que era um rapaz e disse que queria que se chamasse Pedro, como o
‘filho’/boneco dele. Nós explicamos que esse era o filho dela. O nosso bebé
chamar-se-ia Gaspar.
3. Ao longo dos 9 meses
foste preparando-a para a vinda de mais um membro na família? Como?
Fomos mostrando o que é um bebé (parece óbvio mas pode
não ser), recorrendo a fotografias dela quando era pequenina e trabalhando bem
a nossa relação para que ficasse ainda mais forte. E ela chegou a vir connosco
a uma ecografia mas como não conseguiu ver grande coisa, não ligou nenhuma. No
final falava muito com a barriga, fazia festinhas e dava muitos abraços. Ah! E
estava sempre a mexer na primeira ecografia onde se via muito bem o bebé.
4. Como foi o dia do
nascimento? Como reagiu a Carmen?
Eu estava muito tranquila porque não tinha pressa
nenhuma. A Carmen sabia que o Gaspar iria nascer a qualquer momento – até
porque tinhamos tido uma série de falsos alarmes antes. Quando soubemos que
seria naquele dia, eu liguei e dei-lhe a notícia em primeira mão. Depois fiquei
no hospital, o pai foi almoçar com ela e fizemos um facetime. Foi muito giro.
Ah! E ela foi a primeira a ver o irmão ao vivo!
5. Deixava-a participar
em alguma tarefa relacionada com o irmão?
Deixo em quase todas – ou pelo menos assiste e dá uma
mão. Ela gosta porque é muito maternal. Até tem aquele tom de voz fininho
quando diz, por exemplo ‘ai o pezinho fofinho do mano’ e pega muitas vezes nele
ao colo. Eles ficam todos tortos mas como sorriem tanto, aposto que sabe bem!
6. Em que altura
arranjavas tempo para dedicar em exclusivo à Carmen?
Sempre fizemos programas só as duas. Depois do Gaspar
nascer, um mês exactamente depois fizemos uma saída de raparigas e fomos à
Vendinha das Mães, almoçar fora e passear um bocadinho. Quero ter esse tempo
para ela – agora continuo a fazer o dia do filho único e aproveito o momento em
que a levo às actividades para estar. Estou presente e é mesmo uma delícia (ok,
tem dias em que não é assim!)
7. Momento mais
complicado, mais difícil de gerir (durante gravidez, ou depois do nascimento).
Os dois meses finais em que tive de ficar de repouso absoluto. Não podia nem
conseguia dar banho à Carmen, ou estar com ela a fazer brincadeiras físicas.
Mas aproveita para estar deitada com ela a ver desenhos animados, a ler
histórias, a estar no miminho. A bem da verdade, soube-me bem estar de repouso.
8. Como é hoje em dia o
relacionamento entre os dois irmãos?
É uma delícia vê-los. Sabes, um filho é muito bom. Com
a chegada do segundo sentes que há uma transformação. Eu senti ‘agora sim,
somos uma família’. Há qualquer coisa de mágico e de diferente quando há um
segundo filho.
9. E o amor pelos filhos
reparte-se ou multiplica-se?
Multiplica-se. Amo os dois. De formas diferentes
porque são diferentes. Tenho afinidades com um numas coisas e outras afinidades
com outro, noutras coisas. Na verdade, nao escondo aos meus filhos que eles são
diferentes e que têm naturezas diferentes. Mostro, com toda a sinceridade que
há coisas que aprecio num e no outro, sem ser acusatória ou dizer ‘podias ser
como a tua irmã/irmão’. Ao não esconder, estou a ser natural e estou a
ajudá-los a lidarem com essas diferenças e a, de futuro, saberem respeitar as
diferenças de opinião porque é quando sentimos que somos aceites que nos
sentimos verdadeiramente amados.
10. Alguma dica para Mães de segunda viagem, não só
relativamente à gravidez, como também à preparação do primeiro filho?
Falar sempre a verdade e contextualizar: que vem um
irmão, que não vão brincar logo os dois porque o outro é bebé e remeter o irmão
ao seu papel de irmão mais velho e de filho: ele não é responsável pelo mais
novo, ele é uma criança e deve continuar a ter esse papel.
Se puderem, fiquem com o mais velho em casa, evitando
enviá-lo para casa dos avós. É uma questão de respeito mas também reforça o
sentimento de pertença da criança à família que acaba de se constituir. Ao ser
mandado para casa dos avós é bem possível que se sinta excluído, mesmo que não
seja essa a intenção e mesmo que isso lhe seja explicado.
Obrigada Magda!!!
Obrigada Magda!!!
Obrigada, Mariana, gostei muito pensar e escrever sobre o assunto!
ResponderEliminarUm beijinho a todos <3
<3 Bjos
EliminarMuito bom. Foi gratificante ver que segui a maior parte das dicas e aprendi outras: esqueci me de lhe dizer que não iam brincar logo e isso reflectiu-se nos primeiros tempos e de vez em quando ainda se reflete, mas fiquei a saber como contronar a situação. Parabéns Magda e Mariana.
ResponderEliminarBeijinhos
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