segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Entrevista | We're family # 1

Tal como mencionei a semana passada, vou dar inicio a entrevistas, desta feita a Pais com mais que um filho.
Talvez por estar a aproximar-se uma fase igual para mim, por curiosidade, porque conheço outras pessoas que estão na mesma situação que eu, outros que em breve poderão ficar, enfim por todas as razões resolvi propor este pequeno desafio a alguns blogueres.

A Magda do Mum's the boss não hesitou um segundo e respondeu com todo o à vontade que a caracteriza às minhas questões.


Mãe de duas crianças (que por acaso conheço), a Carmen com quase 5 anos e o Gaspar que no próximo mês já completa 1 ano, fala-nos um pouco da sua experiência enquanto Mãe.


1.     Foram duas gravidezes parecidas, ou completamente diferentes?

Foram duas gravidezes muito diferentes. A primeira quase que não dei por ela, a segunda foi mais aborrecida – por causa do peso, do cansaço acumulado, dos enjoos. Confirmo aquilo que muita gente disse: a maior parte das vezes as gravidezes são mesmo diferentes.

2.     Quando e como explicaste à Carmen que iria ter um irmão?

Contámos logo que tivemos a confirmação que estava tudo bem. Ela foi a primeira a saber, tinha 3 anos e soube guardar segredo durante uma semana. Foi ela que contou aos avós e aos tios.
Dissemos-lhe de uma forma muito natural. Foi qualquer coisa como ‘A mamã e o papá decidiram ter mais um filho. E isso quer dizer que vais ter um irmão um bocadinho depois do Natal.’ Ela reagiu bem, ficou logo a saber que era um rapaz e disse que queria que se chamasse Pedro, como o ‘filho’/boneco dele. Nós explicamos que esse era o filho dela. O nosso bebé chamar-se-ia Gaspar.

3.     Ao longo dos 9 meses foste preparando-a para a vinda de mais um membro na família? Como?

Fomos mostrando o que é um bebé (parece óbvio mas pode não ser), recorrendo a fotografias dela quando era pequenina e trabalhando bem a nossa relação para que ficasse ainda mais forte. E ela chegou a vir connosco a uma ecografia mas como não conseguiu ver grande coisa, não ligou nenhuma. No final falava muito com a barriga, fazia festinhas e dava muitos abraços. Ah! E estava sempre a mexer na primeira ecografia onde se via muito bem o bebé.

4.     Como foi o dia do nascimento? Como reagiu a Carmen?

Eu estava muito tranquila porque não tinha pressa nenhuma. A Carmen sabia que o Gaspar iria nascer a qualquer momento – até porque tinhamos tido uma série de falsos alarmes antes. Quando soubemos que seria naquele dia, eu liguei e dei-lhe a notícia em primeira mão. Depois fiquei no hospital, o pai foi almoçar com ela e fizemos um facetime. Foi muito giro. Ah! E ela foi a primeira a ver o irmão ao vivo!

5.     Deixava-a participar em alguma tarefa relacionada com o irmão?

Deixo em quase todas – ou pelo menos assiste e dá uma mão. Ela gosta porque é muito maternal. Até tem aquele tom de voz fininho quando diz, por exemplo ‘ai o pezinho fofinho do mano’ e pega muitas vezes nele ao colo. Eles ficam todos tortos mas como sorriem tanto, aposto que sabe bem!

6.     Em que altura arranjavas tempo para dedicar em exclusivo à Carmen?

Sempre fizemos programas só as duas. Depois do Gaspar nascer, um mês exactamente depois fizemos uma saída de raparigas e fomos à Vendinha das Mães, almoçar fora e passear um bocadinho. Quero ter esse tempo para ela – agora continuo a fazer o dia do filho único e aproveito o momento em que a levo às actividades para estar. Estou presente e é mesmo uma delícia (ok, tem dias em que não é assim!)

7.     Momento mais complicado, mais difícil de gerir (durante gravidez, ou depois do nascimento).

 Os dois meses finais em que tive de ficar de repouso absoluto. Não podia nem conseguia dar banho à Carmen, ou estar com ela a fazer brincadeiras físicas. Mas aproveita para estar deitada com ela a ver desenhos animados, a ler histórias, a estar no miminho. A bem da verdade, soube-me bem estar de repouso.

8.     Como é hoje em dia o relacionamento entre os dois irmãos?

É uma delícia vê-los. Sabes, um filho é muito bom. Com a chegada do segundo sentes que há uma transformação. Eu senti ‘agora sim, somos uma família’. Há qualquer coisa de mágico e de diferente quando há um segundo filho. 

9.     E o amor pelos filhos reparte-se ou multiplica-se?

Multiplica-se. Amo os dois. De formas diferentes porque são diferentes. Tenho afinidades com um numas coisas e outras afinidades com outro, noutras coisas. Na verdade, nao escondo aos meus filhos que eles são diferentes e que têm naturezas diferentes. Mostro, com toda a sinceridade que há coisas que aprecio num e no outro, sem ser acusatória ou dizer ‘podias ser como a tua irmã/irmão’. Ao não esconder, estou a ser natural e estou a ajudá-los a lidarem com essas diferenças e a, de futuro, saberem respeitar as diferenças de opinião porque é quando sentimos que somos aceites que nos sentimos verdadeiramente amados.

10. Alguma dica para Mães de segunda viagem, não só relativamente à gravidez, como também à preparação do primeiro filho?

Falar sempre a verdade e contextualizar: que vem um irmão, que não vão brincar logo os dois porque o outro é bebé e remeter o irmão ao seu papel de irmão mais velho e de filho: ele não é responsável pelo mais novo, ele é uma criança e deve continuar a ter esse papel.
Se puderem, fiquem com o mais velho em casa, evitando enviá-lo para casa dos avós. É uma questão de respeito mas também reforça o sentimento de pertença da criança à família que acaba de se constituir. Ao ser mandado para casa dos avós é bem possível que se sinta excluído, mesmo que não seja essa a intenção e mesmo que isso lhe seja explicado.

Obrigada Magda!!!


4 comentários:

  1. Obrigada, Mariana, gostei muito pensar e escrever sobre o assunto!
    Um beijinho a todos <3

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  2. Muito bom. Foi gratificante ver que segui a maior parte das dicas e aprendi outras: esqueci me de lhe dizer que não iam brincar logo e isso reflectiu-se nos primeiros tempos e de vez em quando ainda se reflete, mas fiquei a saber como contronar a situação. Parabéns Magda e Mariana.

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